São Caetano lidera em renda e ocupação; Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra tem os rendimentos mais baixos
O panorama da ocupação e renda nas cidades do ABC Paulista, a partir dos dados do Censo 2022 do IBGE, revela contrastes importantes entre os sete municípios da região. A renda, a composição das ocupações e os setores predominantes de atividade variam significativamente — refletindo tanto a estrutura econômica local quanto o perfil de qualificação da população.
Renda per capita: São Caetano tem o dobro da média regional
A diferença de renda entre as cidades é expressiva. São Caetano do Sul se destaca com rendimento médio domiciliar mensal per capita de R$ 6.167, muito acima da média regional.
Santo André (R$ 4.042) e São Bernardo do Campo (R$ 3.706) também têm bons indicadores, enquanto Diadema (R$ 2.558) e Mauá (R$ 2.466) ficam entre os menores valores. Rio Grande da Serra, com R$ 2.119, aparece na última posição.
O contraste reforça a desigualdade econômica intra-regional: São Caetano tem renda quase três vezes superior à de Rio Grande da Serra.
O rendimento domiciliar mensal per capita na região do ABC é de R$ 3.733,61.
Acima da média do estado de São Paulo (R$ 2.093,44) e da média nacional (R$ 1.638,06)
Situação de ocupação: São Caetano tem maior proporção de trabalhadores ativos
São Caetano do Sul apresenta o maior percentual de pessoas ocupadas entre os municípios do ABC, com 56,8% da população em idade de trabalhar, seguido por Santo André (55,2%) e Diadema (55%).
Na outra ponta, Ribeirão Pires (50,9%) e Rio Grande da Serra (51,1%) registram os menores índices de ocupação, indicando uma presença maior de pessoas fora do mercado de trabalho formal ou informal.
Categoria de emprego: predominância do setor privado
Em todos os municípios do ABC, a maioria dos trabalhadores está empregada no setor privado, com destaque para Diadema (65,9%) e Mauá (62,6%).
São Caetano do Sul, porém, se diferencia: além de ter o menor percentual de empregados privados (52%), apresenta o maior índice de empregadores (8%) e de trabalhadores por conta própria (26%), sugerindo maior presença de empreendedores e profissionais autônomos.
Ribeirão Pires e Santo André também se destacam na proporção de servidores públicos, com 13,5% e 9,4%, respectivamente.
Setores de atividade: São Caetano e Santo André têm perfil mais diversificado
Em Diadema e Mauá a indústria e o comércio têm peso relevante, representando cerca de 35% dos empregos.
Já em cidades com economia mais consolidada e voltada a serviços de maior valor agregado, como São Caetano e Santo André, há destaque para atividades profissionais, científicas e técnicas e para o setor de educação, que chegam a 18% e 13%, respectivamente.
Rio Grande da Serra, por outro lado, apresenta o maior percentual em serviços gerais (34%), um indicador de economia mais dependente de ocupações de baixa remuneração.
Panorama geral
Os dados evidenciam que, embora as cidades do ABC compartilhem um passado industrial comum, suas realidades econômicas se tornaram bastante distintas.
São Caetano do Sul combina altos rendimentos, diversificação de atividades e maior formalização do trabalho, enquanto municípios como Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra enfrentam renda mais baixa e dependência do setor privado tradicional.
Essa heterogeneidade aponta para desafios regionais de integração econômica e qualificação profissional, especialmente nas cidades periféricas do ABC.
Fonte: Panorama do Censo 2022 – Trabalho e Rendimento: Resultados preliminares da amostra